A Netflix me enviou com antecedência os 7 episódios da parte 1 de Stranger Things 4, e eu estou deslumbrado essa temporada. Se vocês acharam que as temporadas anteriores eram grandiosas, vocês não perdem por esperar por essa quarta temporada.
Então a primeira coisa que eu preciso comentar é que algumas das minhas teorias estavam certas. Enquanto outras estavam muito erradas. Porém vocês não perdem por esperar pelas reviravoltas bem criadas dessa temporada. Acontecem coisas inimagináveis, que vão te deixar de queixo caído, e eu não tô exagerando.
Dito isso, a segunda coisa que eu preciso comentar é que essa é a temporada mais sombria e adulta até o momento. Quando você acha que os irmãos Duffers não podem te impressionar, é ai que eles te impressionam.
O Vecna é ameaçador e sorrateiro, e em alguns momentos me lembrou muito o Freddy Kruger e o Eclipso de Stargirl. A forma que ele manipula as vítimas, e tortura elas lentamente é muito bem criada, e as mortes causadas por ele são assustadoras no nível Sam Raimi. Essas mortes são bem horripilantes, e você vai ficar tremulo e perplexo.
Ainda falando nesse vilão eu tenho que destacar, que um dos meus medos nessa temporada que tem episódios super longos, com 1h15 á 1h30, era ela não ter ritmo. Mas graças ao carisma do elenco, e graças as leves torturas psicológicas do Vecna, tudo acaba fluindo bem e você nem nota a duração dos episódios.
Eu mesmo demorei um dia todo pra ver a temporada. Mas quando você começa, você não quer parar mais, e vai até o último episódio sem pensar duas vezes. Já o final do último episódio provavelmente vai te deixar mega hypado pra parte 2 da temporada, mas ainda vai te deixar aliviado, já que ele pelo menos te dá algumas resoluções, e não deixa tudo pro final.
Nessa temporada temos vários flashbacks, e várias explicações do antigo experimento dos Laboratórios de Hawkins. Sendo que os desdobramentos feitos aos poucos nesses flashbacks são vitais pro desenrolar do enredo central da temporada, e também pra entendermos melhor o passado da Eleven, e também o possível futuro dela.
Já que eu falei da Eleven nada melhor que comentar da maior personagem da série. A Millie Bobby Brown está espetacular, e isso todos já sabiam. Porém ela tem tantas nuances nessa quarta temporada, que você fica pensando (meu deus a tadinha não encontra um momento de paz e sossego?). Enquanto ela tá na nova escola ela sofre um Bullying pesado que te deixa puto da vida, e quando ela revida o Bullying tudo começa dar errado e a tadinha acaba atraindo mais problemas que envolvem os traumas do seu passado.
Sendo assim temos todo um arco introspectivo dela se sentindo impotente sem os poderes, e como ela pode recupera-los. Tudo isso é muito pesado psicologicamente pra ela, e as coisas não param por aí. Aos poucos ela sofre mais, e mais, e você só fica lamentando tudo que ela passa. Mas ao mesmo tempo você fica surpreso com a resiliência dessa personagem.
Já que essa quarta temporada tem muito enredos acontecendo ao mesmo tempo em diversos lugares. Não se preocupe que tudo flui muito bem, e com isso ainda tivemos algumas conexões inesperadas surgindo, e uma delas, foi a da Joyce e do Murry, esses dois foram os meus alívios cômicos. A jornada deles pra tentar encontrar o Hopper foi hilaria.
A Joyce toda séria, e o Murry sendo um pateta paspalhão, que tinha umas cartas na manga que sempre me deixavam com um sorriso no rosto e impressionado. Além dos dois também tenho que destacar a dinâmica da Nancy e da Robin, as duas são opostas uma da outra, mas elas formam uma dupla maravilhosa. Vocês vão amar o episódio delas onde as duas tentam descobrir informações sobre o Victor Creel.
Vocês não perdem por esperar, as diversas reviravoltas envolvendo o enredo da família Creel, e como tudo se conecta aos dias atuais. Sério é uma trama tenebrosa, e tem uma cena de explicação que conecta tudo e te deixa estático só pensando na perspicácia dos roteiristas.
Todo esse enredo dos Creels principalmente o da casa deles, se conecta com o grupo central, e com isso temos uma investigação bem frenética do Dustin que inclui uma participação bem agradável de alguém que nós gostamos. Também vemos o Eddie se tornando uma nova adição a toda a doideira que esses jovens já vivem, e mesmo que ele não seja o melhor personagem de todos, ele acaba sendo o estopim pro nosso grupo de jovens investigar alguns acontecimentos estranhos da cidade.
Você vai ficar desestabilizado com tudo que acontece no quarto episódio. O enredo da Max nessa temporada é construído bem aos poucos e isso nos dá tempo pra refletir sobre todas as dores e angustias dela. A Sadie Sink foi um dos destaques dessa temporada, a carga dramática que ela trás pras cenas deixa tudo mais intenso, e mais emocionante. Todo o desenvolvimento da Max entorno da perda do Billy é abordado aqui apresentando várias nuances pra personagem. Essa temporada no geral aborda muito o conceito abstrato da depressão, e como essa doença é um monstro impiedoso, que te mata de dentro pra fora. Enfim o arco da Max é muito bom.
Pra esse vídeo não ficar maior do que já tá, eu vou só pincelar que o Mike é um personagem meio pombo nessa temporada, principalmente por que a Eleven fica meio distante dele. Entretanto quem fica muito perto do Mike é o Will.
É notável o crush forte que ele sente pelo Mike, e isso fica tão aparente e só o Mike não percebe. Já o Jonathan encontra um novo amigo que é o garoto da pizza, e junto com o Mike e o Will esses quatro embargam em uma jornada eletrizante, e o enredo deles é bem distante do enredo do Steve e companhia. Por falar no Steve, ele o Dustin são perfeitos juntos, a amizade de milhões, tem uma cena do Steve sem camisa, que o Dustin fala uma frase hilária.
Em resumo, no enredo do Hopper você vai ouvir muito russo, vai ver ele sofrendo muito nas mãos desse povo asqueroso. Você vai notar que esse enredo dele é denso, e tem umas cenas de ação bem montadas. Mas no geral é uma coisa bem mais parada, e serve mais pra contextualizar o final da temporada anterior.
Com a quantidade exorbitante de personagens alguns deles ficam meio apagados, e só aparecem em cenas muito pontuais. Um deles que é apagado e eu queria mais destaque é a Érica, a tadinha aparece no começo e no fim da temporada. Outra personagem que quase você nem lembra da existência, é a Anne With An E, ela aparece no começo da temporada, e nunca mais se ouve falar dela.
A Netflix investiu pesado na série, e realmente você vê esse investimento na tela, os episódios parecem filmes. Eles conseguiram mesclar bem os gêneros, temos cenas mais de terror, outras mais de suspense, temos também um leve drama, tudo isso com uma direção perspicaz que sai do habitual e entrega cenas repleta de movimentos e desenvoltura. Sendo que as tramas são tão bem amarradas e desenvolvidas, que tudo apresentado aqui, te deixa eufórico e entusiasmado.
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