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Critica | Sorte de Quem? (2022) – Lily Collins estrela filme metafórico da Netflix

O diretor Charlie McDowell sabe expressar bem suas metáforas no filme Sorte de Quem (Windfall), da Netflix. O trio estrelado por Jason Segel, Lily Collins e Jesse Plemons serve como a base pra esse thriller bem construído.

Na trama um estranho (Jason Segel) invade a casa de campo de ricaço. Porém as coisas dão errado quando o arrogante CEO (Jesse Plemons) e sua esposa (Lily Collins) chegam para passar um final de semana romântico. Agora que esse assaltante foi visto, as coisas saem do controle.

Personagens em que você não pode confiar, um cenário isolado onde ninguém pode escapar, um tipo criminoso desajeitado são apenas alguns dos pontos do filme.

Sorte de Quem? é um filme que se embasa muito nos longas do Hitchcock com um toque e sentimento modernos. O longa cria uma trama divertida com pitadas de nostalgia e suspense. Embora um problema provável para alguns, é como o público recebe informações suficientes sobre os personagens. Principalmente por que eles não tem nomes, e só os conhecemos como (Ninguém, CEO, Esposa e Jardineiro). Esses são nomes, e isso faz parte da grande critica social do filme, sobre como a sociedade vê esses personagens. Fora de seus nomes por meio de legendas, recebemos migalhas de informações sem revelar tudo. Uma lição de mostrar, não contar, esse método de abordagem permite que o mistério e o suspense continuem sem obstáculos.

Dito isto, se você é um espectador que gosta de saber tudo, isso pode te frustrar e pode não ser o filme certo para você.

Quanto às performances, todos são fortes aqui quando têm seu tempo. Jesse Plemons é perfeitamente desprezível, porém, nuances em suas performances impedem que ele se desvie para o território da caricatura. Apesar das ações questionáveis ​​de Ninguém, Jason Segel infunde seu desempenho com humor e coração. Isso facilita uma empatia necessária para com o personagem. Inicialmente, havia uma preocupação de que a esposa de Lily Collins fosse ofuscada por Plemons e Segel. Ambos são magnéticos na tela, enquanto a Collins consegue ser a carta na manga que complementa a dinâmica dos dois co-protagonistas, ela tem o arco mais satisfatório, com um desfecho incrível.

No geral Sorte de Quem é um jogo de gato e rato lento e delicioso, que esquenta as situações aos poucos.  McDowell e o diretor de fotografia Isiah Donté Lee, sabem brincar muito bem com a câmera e fazem o filme ser um deleite visual, com ótimos closes na luxuosa casa de férias, e nos persongens. Já o roteiro de Justin Lader e Andrew Kevin Walker é apertado, aumentando a tensão, que aos poucos vai se apresentando como algo mais voraz do que imaginamos.

Matheus Amaral

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Matheus Amaral

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