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Critica | Som na Faixa (2022) – Minissérie INCRÍVEL da Netflix sobre o Spotify

A história de como criaram o Spotify, pode até não parecer interessante. Mas quando você dá play na série Som na Faixa, você imerge nessa história do Spotify de uma maneira que ela se torna mega envolvente, divertida, engraçada, e também muito didática.

Essa minissérie da Netflix, é surpreendentemente boa, e você precisa dar uma chance pra ela.

Esse ano tivemos diversas séries sobre visionários, como The Dropout, WeCrashed, Super Pumped, e por incrível que pareça Som na Faixa consegue ser bem diferente de todas essas que eu mencionei antes. A série sueca é baseada no livro Spotify Untold. Ela consegue ter uma personalidade forte que deixa sua marca e foge dos padrões de séries americanas estereotipadas que só focam em uma única pessoa, e colocam a criação de uma empresa só nas contas dessa pessoa.

Na trama conhecemos o sueco Daniel Ek, um programador que estava trabalhando em uma empresa que não aproveitava todo o seu potencial. Ele tinha o sonho de trabalhar no google, mas foi dispensado por não ter faculdade. A mãe do Daniel sempre amou música, e ele também cresceu amando isso. Porém ele não comprava CDs, ele só baixava músicas piratas no torrent. Entretanto as músicas piratas além de demorarem pra serem baixadas, ainda eram ilegais, e vinham com problemas.

Nisso o Daniel pensou em um modelo de negócio onde pudesse colocar várias músicas em um único lugar, e ele então idealizou o aplicativo Spotify. Mas teve um grande empecilho que eram as gravadoras desacreditarem esse projeto. Porém aos poucos o Daniel Ek se tornou o homem mais poderoso da indústria musical global.

Geralmente as séries americanas nesse estilo são focadas em uma única pessoa. Entretanto aqui em Som na Faixa, eles usam os 6 episódios pra mostrar a perspectiva de cada uma das pessoas importantes na criação do Spotify, e como cada uma dessas pessoas foi uma peça vital em um grande quebra cabeças.

O Spotify só nasceu por conta dessa engrenagem movida por pessoas que correram atrás pra fazer a idéia se tornar realidade.

O primeiro episódio, por exemplo: É focado no Ek, interpretado perfeitamente pelo Edvin Endre. Já no segundo episódio nós vemos um executivo de gravadora que tava assustado com o torrent e como isso estava afetando a indústria músical lá em meados de 2004 e 2005, e ele acaba se tornando um dos aliados do Spotify.

Assim como também vemos um episódio focado na advogada que correu atrás pra conseguir os acordos com as gravadoras. Também temos um episódio sobre um codificador do aplicativo, que lutou para encontrar a maneira certa pra que o Spotify funcionasse da maneira correta. Também temos o belíssimo episódio sobre o cara que investiu dinheiro no Spotify, e pra finalizar temos o último episódio focado em uma cantora e em como o Spotify afeta a indústria músical atualmente.

Então além da série dar um espaço pra todos esses personagens contarem sua perspectiva da história. Eles também fazem episódios com maestria de uma maneira que tudo se encaixe bem. Fazendo com que o começo da série seja focado no começo do Spotify, e o final da série seja a atual gestão do Spotify. Nós vemos como eles mudaram suas virtudes de uns tempos pra cá.

A narrativa aqui da série é muito inteligente e trás um dinamismo inacreditável pra cada episódio.

Além de também eles conseguirem contar a pespectida de cada personagem de uma maneira lúdica que remeta aos seus pensamentos, e a sua forma de ver o mundo. Eu amei todos os episódios, mas o do programador pra mim foi um dos mais geniais graças a um plano sequência sobre servidores e P2P.

Também adorei a abordagem da série sobre o machismo na indústria fonográfica e como a série navegava pelos corredores e trás um jogo de câmera impecável, e também o debate discreto (mas muito bem feito) sobre TDAH. Esse enredo trouxe um dos momentos mais emocionantes e diversificados pra essa série, e claro o grande debate sobre o impacto do Spotify na vida dos músicos, e como grande parte dos royalties das músicas ficam com as gravadoras e com a plataforma de streaming, e esse debate finaliza a série com um gostinho de quero mais.

Nós vimemos em uma bolha tão fechada que sabemos de 1% das coisas do mundo, mas essa série é um pedaço da história da maior empresa da indústria musical global.

Depois que você termina a série, você só pensa. uau, eu não imaginava o quão interessante poderia ser a história do Spotify. Aposto que a maioria das pessoas nunca foi atrás pra saber como o Spotify surgiu. Todos só encaravam ele como uma plataforma de streaming que tinha várias música e que tinha a opção fremium, e premium.

Mas ninguém nunca pensou que essas duas opções de login foram planejadas de uma maneira caótica e que isso gerou muitas discussões entre a equipe. Também ninguém nunca pensou que a Taylor Swift se tornaria um grande empecilho pro Spotify. Eles perdiam 500 milhões a cada dia que ela não estava na plataforma deles.

Ela é feita com tanto cuidado, com tanto carinho, tem performances excelentes que nunca deixam a desejar. Tem uma direção sagaz que faz com que a gente nunca perca a atenção. O debate músicos vs. o Spotify é um dos pontos altos da série. Você notará o quão ignorante e mesquinho um cara pode se tornar depois do poder subir a sua cabeça.

A série até termina com um momento reflexivo que te deixa incomodado propositalmente pra você pensar sobre o quão complexa pode ser essa história. Além de como a idéia de um cara impactou na vida de muitas pessoas, até mesmo na vida de uma amiga dele.

Matheus Amaral

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Matheus Amaral

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