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Crítica | Pantera Negra (2018)

Pantera Negra (Black Panther) é um dos melhores filmes de herói da Marvel, trazendo um ponto de vista mais maduro para o mundo cinematográfico da MCU. Ryan Coogler, diretor de Creed e Fruitavel SationA Última Parada, comando o longa renovador, adicionando suas particularidades, como o grande desenvolvimento e enfoque nos personagens, e o elenco predominantemente negro. Pantera Negra foi indicado a Melhor Design de Produção, Melhor Figurino, Melhor Canção Original (All the Stars), Melhor Trilha Sonora, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição de Som, fazendo história por ser o primeiro filme de Super-herói indicado na categoria de Melhor Filme.

Após a morte do rei T’Chaka (John Kani), o príncipe T’Challa (Chadwick Boseman) retorna para a cerimônia de coroação em Wakanda, um território ao sul da África que usa o vibranium para desenvolver tecnologia avançada e isolar-se do mundo. T’Challa logo recebe o apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri (Letitia Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong’o), a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás. Porém, o herói ainda tem que lidar com Erik (Michael B. Jordan), um soldado especial dos Estados Unidos que adotou o nome de Killmonger, e quer reivindicando o trono, travando uma luta contra o Pantera Negra

Pantera Negra não é só um simples filme de super-herói cheio de piadas soltas e sem nexo, Coogler consegue construir um roteiro redondo que lida com lealdade, senso de dever com a pátria em contraste com o romance, vingança e ideologia política, mais o diretor também não abandona as características clássicas dos filmes de herói da Marvel. As piadas do filme estão bem colocadas e são inteligentes, sendo introduzidas, na maioria, pela Shuri (Letitia Wright).  

Com grandes nomes no elenco, Ryan Coogle traz para as telonas personagens bem desenvolvidos e consistentes, criando uma Wakanda povoada e singular. Shuri (Letitia Wright), a irmã mais nova de T’Challa, Garra Sônica (Andy Serkis), o vilão apresentado em Vingadores: Era de Ultron, e o agente Everett K. Ross (Martin Freeman) são o alívio cômico do filme, destaque para Letitia Wright que está incrível, sendo a jovem “nerd” responsável pela tecnologia de Wakanda e das super armaduras do Pantera Negra 

Como em seus outros filmes, Coogle não deixa de lado os personagens coadjuvantes, dando para cada um uma função e uma narrativa, que não sejam em torno do herói. É criado um pequeno universo da espiã Nakia (Lupita Nyong’o), da líder das Dora Milaje Okoye (Danai Gurira), dos guerreiros M’Baku (Winston Duke) e W’Kabi (Daniel Kaluuya), e da rainha-mãe Ramonda (Angela Bassett), formando uma Wakanda única e povoada.

Chadwick Boseman retorna como Pantera Negra, já visto em Capitão America: Guerra Civil. O ator dá um tom sério e maduro para o herói, que tem seus poucos momentos cômicos. T’Challa tem que lidar com os problemas de seus antepassados, criando assim um futuro melhor para a nação, ao mesmo tempo em que, povos de Wakanda, veem a necessidade de abrir as fronteiras da cidade para o mundo exterior, expandindo o conhecimento do continente africano. Michael B. Jordan faz um dos melhores vilões da Marvel, tendo uma motivação compreensiva e humana – a vingança pelas ações do passado, tomadas por T’Chaka (John Kani) e N’Jobu (Sterling K. Brown), o pai de Killmonger. Assim, o diretor produz uma oportunidade de reflexão, onde coloca em jogo o patriotismo e o complexo de armar a população oprimida, tomando o papel do opressor, objetivo de Killmonger. 

O ponto forte do filme não são só os atores e a narrativa, os efeitos visuais também estão admiráveis. É perceptível que o diretor tem dificuldade em lidar com o Chroma Key, tornado-o extremamente perceptível. Mas esse detalhe não tira os créditos das ótimas cenas de ação que são construídas em espaços urbanos, como nas ruas da Coreia do Sul. O Figurino mescla um visual futurístico e ancestral, a figurinistas Ruth E. Carter elabora tribos diferentes, coloridos e com personalidades, tendo seu trabalho, baseado em verdadeiras tribos africanas, indicado ao Oscar na categoria de Melhor FigurinoHannah Beachler, a design de produção, cria uma África tecnologicamente avançada, combinando a antiguidade e o novo, expressando seu amor pela Africa e pelos quadrinhos. 

Pantera Negra é um grande divisor de água no mundo da Marvel, mostrando-se um filme maduro, com temas político e importantes, diferente da maioria dos filmes de herói. Ryan Coogler mostra seu estilo pessoal, dando desenvolvimento para todos os personagens, e criando belos efeitos especiais e cenas de ação. As responsáveis pelo visual do filme, Ruth E. Carter e Hannah Beachler, fazem jus as suas indicações no Oscar, combinando futuro e passado para produzir Wakanda. A trilha de Ludwig Göransson traz o rap, com auxílio de Kendrick Lamar, fundido ao som de músicas africanas. Pantera Negra é para ser admirado por gerações de crianças e adultos, levando diversidade e política para o mundo da Marvel. 

Patrick Gonçalves

Carioca, estudante de comunicação, apaixonado por séries e filmes, coleciono DVD's e ingressos de cinema.

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Patrick Gonçalves

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