A série “Os Ausentes” chegou na HBOMax, sendo a primeira série nacional a estrear no catálogo.
A série explora alguns problemas sociais vividos na capital paulista, e dentre eles um pouco discutido no país: o desaparecimento de pessoas. A trama conta a história do ex-delegado Raul Fagnani (Erom Cordeiro), que decidiu abrir uma agência de investigação de pessoas desaparecidas após o sumiço de Sofia, sua filha de cinco anos. A Ausentes revira o submundo da cidade de São Paulo e coloca o protagonista a serviço daqueles que não podem buscar ajuda do governo.
A série nos apresenta uma narrativa extremamente inovadora diante dos produtos nacionais; uma narrativa policial que acompanha um detetive que busca sua filha, uma filha que busca o seu pai e milhares de famílias que buscam alguém.
O time de direção Caroline Fioratti na direção-geral e direção de Raoni Rodrigues. Outro destaque desse novo lançamento é a retratação da grande São Paulo. Ouso dizer que é uma das poucas vezes que vejo uma retratação tão fiel e que consegue transmitir toda pluralidade que a cidade carrega. Uma São Paulo que muda a cada esquina, uma cidade que esconde segredos e perigos; os personagens que buscam a agência também trazem sua representação. Desde a classe média alta que pensa ser rica, até o bandido que depende de rinhas de galo para sustentar a família. Vemos a falsa moralidade cara a cara, o medo dos oprimidos e a beleza por entre os prédios.
O ritmo da série parece engatar mesmo depois dos primeiros episódios, acredito que o elo mais fraco da produção é visto em sua montagem, algo que incomoda mais no primeiro episódio, nos demais essa lentidão e falta de ritmo do primeiro episódio se diluem com as histórias e nos introduz um ritmo mais acelerado e contínuo.
O formato explorado permite que o espectador tenha a liberdade de assistir a qualquer episódio sem depender de uma narrativa contínua. Durante toda a temporada casos extremamente atrativos nos são apresentados, problemas encontrados e resolvidos, mesclando com a narrativa dos personagens principais.
Porém, às vezes, parece que a narrativa dos personagens é deixada de lado e foca apenas na história daquele episódio, é uma série que você não precisa acompanhar do começo ao fim. Então é compreensível, entretanto é interessante ver a evolução dos personagens e seus conflitos, cada qual com os seus próprios “monstros dentro do armário”. Mas você pode assistir um episódio e outro sem cronologia alguma, já que os episódios são independentes.
Uma salva de palmas merecidíssimas para a direção de arte, que é um destaque a parte junto com a direção de fotografia, juntas elas conseguem passar sentimentos através da luz, cor e elementos.
O final da temporada nos deixa com vontade de acompanhar ainda mais esse grupo de desajustados que buscam encontrar respostas para os outros e para si mesmos, nos faz questionar as relações que se seguiram a partir dali e querer saber mais sobre os mistérios de cada um.
Sigo ansiosa para re-assistir cada episódio na estreia e aguardando com pipoca e empolgação a próxima temporada.
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