Com tramas políticas intercaladas com suspense televisivo, O silêncio do pântano, dividirá opiniões.
Baseado na publicação do jornalista e escritor Juanjo Braulio. O Silêncio do Pântano adentra na corrupção política e se embasa em uma história sobre ganância pra desenvolver sua trama. O filme tem um tom televisivo, muito por conta do diretor Marc Vigil, que dirigiu alguns episódios de Vis a Vis, e faz sua estreia na direção de um longa metragem, junto com os roteiristas também novatos no cinema, a carga televisiva se impulsiona.
Entretanto algumas coisas ainda são bem feitas, como a tensão criada no enredo e a metalinguagem utilizada pra contar a história. No filme nos seguimos o Q (Pedro Alonso) um escritor de um romance criminal, que na verdade é um assassino que conta seus próprios assassinatos nos seus livros. Ao mesmo tempo, ele aborda muito da corrupção enraizada na nossa sociedade, fazendo analogias inteligentes. Para seu próximo livro, ele sequestra e prende um professor de economia, ex-conselheiro do governo regional, que foi acusado de vários casos de corrupção. A partir daí, a situação sai fora do controle e as coisas começam a ruir pra ele.
O Alonso é um bom protagonista ele é bom ator, e nós sabemos disso desde La Casa de Papel, mas ele acaba não sendo tão bem utilizado nesse filme, o personagem dele mesmo que tente explicar tudo pro espectador, ainda é muito introspectivo e por algumas incoerências que acontecem no enredo, certas tramas envolvendo ele acabam não se casando no final das contas.
O pântano em si acaba servindo como uma metáfora de como está a atual política do país. Temos uma violência bem colocada e uma boa trilha sonora, que se intercalam com um tema emocionante em uma das tramas. Mas sendo bem sincero, eu senti que esse filme tem muitos clichês. Ele teve um final fácil, e o roteiro foi o responsável por isso.
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