Depois desse filme os fãs de friends nunca mais vão assistir a série do mesmo jeito. Acabou de chegar na Netflix outro filme de fim do mundo, só que dessa vez a destruição é um pouco diferente. ‘O Mundo Depois de Nós’ é o novo filme original da Netflix.
Baseado no livro de mesmo nome, e esse projeto foi idealizado pelo Sam Esmail responsável por Mr. Robot, e temos aqui um elenco de peso com Julia Roberts, Ethan Hawke, Mahershala Ali e Kevin Bacon. Os produtores do filme são Barack e Michelle Obama.
Na trama conhecemos a analista de publicidade Amanda Sandford, uma mulher de meia idade workaholic que num certo dia decide alugar um Airbnb nos Hamptons pra sair da rotina da cidade grande e aproveitar um tempo com a sua família, que inclui o bondoso Clay (Hawke), um professor de inglês e seus dois filhos adolescentes, Archie (Charlie Evans) e Rose (Farrah Mackenzie).
Só que do nada durante uma ida a praia, um petroleiro encalha na frente dessa família, um pouco depois cervos começam a se reunir no quintal da casa onde essa família tá, o wifi também para, o sinal da operadora some e a Amanda até nota que um empreiteiro local (Kevin Bacon) está comprando suprimentos como se o fim do mundo estivesse próximo.
Tudo estava esquisito, e ficou ainda mais estranho quando o G. H. Scott (Ali), um homem com roupa formal que diz ser o dono do Airbnb acabou aparecendo na porta desse casal, ao lado da sua filha Ruth (Myha’la Herrold), e eles falam que precisam ficar na casa já que tem algo de errado na cidade.
Logo de início você sendo um olhar racista na Amanda, que até se questiona depois como esses dois teriam uma mansão, e acaba que a dinâmica dessas duas família se torna o centro dessa história desconfortável. Essa é a palavra que melhor define esse filme.
Ele tem uma vibe das obras do Symalam. Mas ele também tem aquela vibe de filme do Jordan Peele. O filme tem muitos vieses fortes, como racismo estrutural, a xenofobia inconsciente. Até mesmo o debate politico sobre guerra cibernética, que é algo mais assustador do que um meteoro caindo na terra. Basicamente os personagens discutem sobre raça e classe enquanto o mundo (literalmente) se implode à sua volta.
Até por que uma guerra cibernética pode destruir um país de dentro pra fora, é algo tipo uma doença que se espalha e cria caos, e pânico, e o filme aborda isso muito bem, deixando os personagens maluquinhos ao longo da história.
A trilha cria o pavor necessário pra complementar as cenas que estamos vendo. A montagem de algumas das cenas é especialmente feita pra ter cortes rápidos e precisos que entregam bem o nível de tensão que precisamos pra sentirmos o que os personagens sentem.
O ritmo do filme pode até parece esquisito pra algumas pessoas, e algumas coisas podem soar meio inexplicáveis, como por exemplo os dentes do Archie começarem a cair do nada. Mas pra mim tudo foi preto no branco, desde os aviões caindo em locais parecidos. Até mesmo o lado psicológico dos personagens que tem que lidar com um ataque cibernético.
O ritmo aqui é realmente lento, e os personagens são unidimensionais, e claro o final é inconclusivo. Porém todo o caos que rola aqui é tão bem feito que me deixou satisfeito.
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