Não Se Preocupe, Querida (“Don’t Worry Darling”), era uma das grandes promessas de 2022. A Olivia Wilde prometeu tanto nessa longa, mas não entregou nem a metade do que prometeu.
A partir de um roteiro de Carey e Shane Van Dyke que foi destaque na Black List de 2019 (a lista de roteiros não produzidos), a Olivia Wilde roteirista de “Fora de Série” pegou esse roteiro e aparentemente decidiu entregar para a Katie Silberman reescrever. Qual o motivo da re-escrita nós não sabemos, mas pelo visto só estragaram a história, já que nada aqui é inovador, e só entrega mais do mesmo.
Na trama vemos a jovem Alice e seu marido Jack (Florence Pugh e Harry Styles) vivendo em uma comunidade experimental e isolada chamada Victory. Eles dois aparentam ter uma vida perfeita. Todos os dias bebem, transam, se divertem. Mas a Alice sempre quis saber o que o Jack faz todo dia no tal “Projeto Vitória” comandado pela empresa onde ele trabalha.
Essa empresa misteriosa nunca é comentada pelos maridos, e quanto mais a Alice tenta descobrir a verdade sobre seu marido, e sobre essa tal empresa, mais ela perde a cabeça, e começa a ter visões estranhas, se vê cantarolando uma música que ela não conhece.
Entretanto as coisas ficam fora de controle quando a Alice vê uma de suas amigas cometer suicídio, porém ninguém mais parece se preocupar com isso. Enquanto isso, a comunidade está mais preocupada com a festa de promoção do Jack, que o Frank (Chris Pine), dono dessa comunidade, acaba fazendo logo depois dessa morte.
Esperamos durante 1h45 soluções, e as respostas pra tudo que estávamos vendo. Mas honestamente, nunca chegamos a entender o que o filme queria exprimir. Os últimos 30 minutos poderiam ter sido uma das melhores revelações do ano, mas o filme preferiu deixar tantas coisas em aberto, e a construção da narrativa seguiu uma linha de thriller psicológico tão cliche, que parecia um filme da Netflix, exibido em uma telona de cinema.
Entretanto o diretor de fotografia Matthew Libatique e da designer de produção Katie Byron, conseguiram fazer com que a visão estética da Wilde fosse capaz de prender a minha atenção, e claro a performance da Florence Pugh também era um dos destaques positivos.
A Pugh é fantástica em preender nossa atenção. Ela é uma força da natureza, que exprime emoções com o olhar. Enquanto Harry Styles é tão ruim que as vezes tirava o brilho dela, talvez se fosse outro ator no lugar dele o filme até ganharia uns pontos a mais, já que todas as cenas envolvendo ele foram terrivelmente mal atuadas. Já o Pine e a Wilde (que interpreta Bunny, uma das outras esposas) tem ótimas performances aqui, mas nenhum consegue passar um ar de felicidade em estar atuando nesse filme.
Em um consenso geral, esse filme tentou passar uma mensagem sobre machismo, e tentou entregar um suspense psicológico inteligente. Mas quando você chega no final o filme amarga na sua boca. Você não sente que duas horas foram necessários para chegar naquele desfecho, e isso é uma pena, já que o filme tinha potencial. Porém algumas escolhas criativas e um roteiro desleixado tiraram o brilho dele.
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