Critica | Mistério no Mediterrâneo (2019)

Mesmo não surpreendendo, Mistério no Mediterrâneo traz uma reunião agradável entre Adam Sandler e Jennifer Aniston.

Dirigido por Kyle Newacheck e escrito por James Vanderbilt, Mistério no Mediterrâneo traz muitas referencias diretas, a filmes e livros de mistério dos anos 70. Mesmo se ambientando nos dias atuais, Newacheck consegue trazer um ar mais old, com a caracterização dos personagens – onde usando um bigode, nas roupas usadas pelo elenco feminino, ou até mesmo nos cenários fechados – os adereços são milimetricamente colocados para trazerem a sensação de antiguidade. Além disso muitas referencias a Assassinato no Expresso do Oriente são bem incorporadas.

Sandler já é um veterano na Netflix, – sinto que a cada ano, o streaming chama ele para produzir e protagonizar pelo menos um filme – em 2015, tivemos o péssimo The Ridiculous Six, em 2016, o divertido Zerando a Vida, em 2017, o sem noção Sandy Wexler, e em 2018, o mediano Lá Vem Os Pais. Enquanto Aniston, ainda é uma veterana no Streaming, ela em 2018, serviu como antagonista para o belíssimo Dumplin. Porém como todos sabem os dois são amigos de longa data e tem uma química inegável na tela, química que já havíamos visto no engraçadíssimo, Esposa de Mentirinha, e mesmo dos dois não sendo casal na vida real, a própria mulher do Adam, já disse que shippa os dois juntos.

O filme foca no casal de americanos Nick (Adam Sandler) e Audrey Spitz (Jennifer Aniston), que depois de muito tempo, decidem fazer uma viagem para a Europa, e a melhor data é o aniversário de casamento. Já no caminho da viagem, mais precisamente no avião, Audrey conhece o magnata Charles Cavendish (Luke Evans), que os convida para um tour em Mônaco a bordo do Iate de seu tio, Malcolm Quince (Terence Stamp), que irá fazer um grande anuncio, para os outros membros da família.

Então para esse anúncio especial todos estão abordo, sendo que o filho de Malcolm, Tobias Quince (David Walliams) está disputando sua herança milionária, além disso a segunda a ficar com a poupança seria a excêntrica atriz, Grace Ballard (Gemma Arterton) – que já fez vários filmes e esconde um grande mistério – o terceiro seria o piloto de formula 1 e mono silábico, Lorenzo (Victor Turpin).

Para finalizar os amigos de Malcolm também estão juntos nessa viajem, o Colonel Ulenga (John Kani) e seu guarda costas (Ólafur Darri Ólafsson) estão preparados para deixar o Malcolm são e salvo, enquanto Maharajah Vikram Govindan (Adeel Akhtar) está nesse Iate só para fazer volume e ser o alivio cômico e por último, mas não menos importante Suzi Nakamura (Shioli Kutsuna), que é a atual namorada de Malcom e ex-namorada de seu filho Tobias. Todos são suspeitos e o inspetor de policia, Europeu, Laurent Delacroix (Dany Boon), irá tentar a todo momento encontrar o culpado pelo assassinato misterioso.

Nesse momento já se percebe que o roteiro tenta te colocar contra todos, e os únicos que sabemos que realmente são inocentes é o casal de americanos – que em alguns momentos até se questionam se eles realmente são inocentes. Para finalizar tenho que ressaltar que mesmo que o filme não traga nada de novo e não seja uma grande obra prima cinematográfica ele vai te divertir e será um bom passatempo para ser assistido com a família, e claro a presença de Sandler e Aniston é muito boa e funciona muito bem na tela, assim como em Esposa de Mentirinha – que ainda é o meu predileto – os dois passam com veracidade sua essência de casal, de mentira, mas que é de verdade.

A trilha sonora e a fotografia funcionam muito bem e são incrementadas nos momentos certos, porém o roteiro deixa a desejar, alguns núcleos acabam se perdendo, e alguns personagens ficam muito rasos, além do que as motivações de alguns deles e principalmente do vilão é meio forçada – parece até aquelas novelas mexicanas.