Miss Bala apresenta uma motivação fútil, e Gina Rodriguez salva o filme da decadência.
Miss Bala tenta apresentar uma história tensa com muitos mexicanos, um concurso de beleza e testemunhas em um tiroteio. O longa é baseado em um filme mexicano de mesmo nome, mas essa versão muda a premissa original e apresentando Gloria uma maquiadora que viaja para Tijuana para ajudar sua melhor amiga Suzu a competir em um concurso de beleza. Mas Gloria e Suzu são separadas durante um tiroteio em uma boate, e Gloria começa a procurar sua amiga e acaba se metendo em meio de um cartel.
Dirigido por Catherine Hardwicke o longa mostra muitas cenas rápidas e as vezes cansativas, porém entrega uma atuação boa de Rodriguez (Rodrigue, Jane The Virgin e Alguém Especial), mesmo que ela não seja apoiada em um roteiro sólido. O filme segue as péssima decisões de Rodriguez em torno de sua ingênua, situação depois de perder sua amiga. Nós devemos pensar que Gloria está em pânico e confusa, mas ela parece não ter bom senso e rapidamente se encontra no comando de Lino, que captura ela e força ela a ajudar nos planos do cartel.
O roteirista Gareth Dunnet-Alcocer parece que escreveu o roteiro para uma mini série de vários episódios, e teve que juntar eles em um formato cinematográfico, até por que, o roteiro junta muitas coisas em algumas horas. As situações são feitas, umas atrás da outra, na qual Gloria deve confiar em sua inteligência para se manter viva. Claro o roteiro coloca ela como mexicana-americana, que por ser mexicana sempre resolve seus problemas com seu jeitinho mexicano.
Rodriguez é carismática, e dinâmica e já sentimos isso não só nesse filme como em outros papeis, mas o longa não ajuda ela em nenhum momento, pois sua personagem Gloria segue uma motivação meio estranha, de sua amiga desaparecida. O roteiro deixa meio confuso a quanto tempo Gloria está com o cartel e a quantos dias Suzu está desaparecida. O filme tenta engrandecer o emponderamento feminino de Gloria, mas ele acaba focando de mais em como Lino, está transformando ela em sua amante-marionete.
Nada que Gloria faz no filme é de sua própria astucia, tudo é a mando de alguém e isso tira um pouco do brilho do emponderamento. Ela está sempre sendo manipulada pelos homens ao seu redor, sendo que o enredo nem conta muito sobre Suzu, que nós mal conhecemos e temos que ficar com empatia para seguir a jornada de Gloria para resgatá-la.
Apesar de Rodriguez se transformar em um sobrevivente sólida, Gloria é superficial a ponto de confundirmos ela com uma marionete em uma corda, e nós só realmente conhecemos sua forma nos últimos minutos do filme onde ela faz o inimaginável, com uma metralhadora semiautomática enquanto usa um vestido vermelho sexy. Mas em um resumo geral, o filme apresenta uma direção boa, mas um roteiro muito corrido e jogado que não consegue focar muito em nada, pois tenta abranger muitas coisas. Porém Rodriguez é sexy e rápida em segurar a trama e por esse motivo o filme não fica cansativo e se torna um longa frenético para curtir sem muita pretensão.
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