M3GAN não decepciona, e torna um bom pontapé pro gênero nesse ano de 2023.
Esse filme alugou um triplex na minha cabeça graças a dancinha icônica da M3GAN, que é uma das coisas mais aleatórias do filme. Mas é uma dança tão estranha que ficou chamativa. Claro o que reforçou essa dança foram as diversas divulgações das m3gan dançando Bella Porche e Taylor Swift. Só é decepcionante que nenhuma das musicas esteja no filme. Porém o filme me agradou e entregou o prometido e é isso que importa.
Esse filme encontra seu propósito criando cenas hilárias e assustadoras, além de também ter um ótimo drama familiar que trás uma mensagem forte sobre paternidade, negligência e obsessão tecnológica.
Na trama conhecemos a Gemma, uma programadora que trabalha na empresa de brinquedos Funki. Um certo dia um brinquedo idêntico ao da Funki é lançado por uma empresa concorrente. Esse novo brinquedo é mais inovador fazendo assim o chefão da Funki mandar a equipe de desenvolvimento correr atrás de algo melhor. Como se já não bastasse a vida workaholick da Gemma, ela ainda acaba se tornando a guardiã de sua sobrinha Cady (Violet McGraw), que perdeu os pais em um acidente de carro.
E é aí que a Gemma une o útil ao agradável, e faz seu projeto M3GAN se tornar realidade, e nesse ponto ela coloca a Cady pra ser a testadora dessa IA que será sua melhor amiga, cuidador e educadora. Com o passar dos dias a M3GAN e a Cady se tornam inseparável, e isso surpreende o CEO da Funki, David (Ronny Chieng), que quer fazer M3GANs em massa para todos. Já que essa boneca seria uma substituta para os pais, e seria financeiramente boa pra empresa. Só que ninguém contava que a M3GAN falharia e começaria a eliminar a todos que tentassem machucar sua usuária primária, no caso a Cady.
O roteiro da Akela Cooper foca muito nas consequências da morte dos pais da Cady. Nós notamos que essa menina acabou ficando traumatizada e fragilizada. Enquanto a Gemma acabou sendo forçada a se tornar a nova mãe da Cady, mesmo ela não tendo preparação pra isso e não pedindo isso.
Essa é uma abordagem interessante, já que a Gemma terceiriza os trabalhos paternais usando a M3GAN, e a critica social do filme é muito focada nisso. Não é um robô que vai educar uma criança de 9 anos. A troca de carinho, e as relações humanas são vitais pra uma jovem, e uma IA não tem sentimentos, mesmo que ela seja programada pra sempre tá sorrindo.
Achei muito perspicaz essa abordagem do trauma da Cady, misturada com a nova perspectiva de vida da Gemma. Tanto que eu considero mais M3GAN uma comédia dramática, sobre a nossa obsessão com a tecnologia, do que um terror. Já que as cenas de terror e mortes não são tão impactantes, e todas tão no trailer, então nada foi muito surpreendente. Porém o drama foi uma grata surpresa, e também o tom cômico da M3GAN sempre era bem vindo.
A Allison Williams e a Violet McGraw são impecáveis em seus papéis. Assim como a M3GAN é uma fofa e assustadora boneca, que atiça nosso vale da estranheza, e nos incomoda, nos diverte, e também nos deixa com calafrios. Mesmo que o drama seja o ponto forte desse filme, a gente tá assistindo ele por conta da M3GAN e ela não decepciona em momento algum. O diretor Gerard Johnstone nivela bem o tom do filme, tornando tudo leve e despretensioso, e fazendo o terror ser soft e certeiro, além do ritmo da história ser dinâmico e acelerado.
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