Crítica | Kursk – A Última Missão (2020)

Estreia nesta quinta-feira (09/01), o novo filme do diretor dinamarquês
Thomas Vinterberg. A obra de 2018 chega nos cinemas brasileiros com o título
“Kursk – A Última Missão”. Baseado em fatos reais, o diretor conta a história do
submarino russo Kursk que afundou nos anos 2000, através de novas
perspectivas sobre o ocorrido.

A narrativa do diretor sobre o acontecimento com o submarino russo fala
sobre a importância do tempo e relações humanas, temática esta que nos é
mostrada na primeira cena. Conhecido por um cinema não-comercial e fugindo
de suas temáticas usuais trazendo um filme de ação, o dinamarquês não abriu
mão de sua linguagem cinematográfica. A proposta de apresentar o áudio para
ambientar o espectador antes mesmo do primeiro plano é uma característica do
diretor, que utilizou o mesmo aspecto em A Caça, de 2012. O protagonista
Mikhail é interpretado por Matthias Schoenaerts, que já trabalhou anteriormente
com Vinterberg em Longe Deste Insensato Mundo, de 2015.

Na primeira cena, Misha, filho de Mikhail, está imerso na água fazendo o
possível para prender a respiração pelo maior tempo. Mais tarde na história, seu
pai se encontra na mesma situação na luta pela sobrevivência. As relações entre
os marinheiros com seus familiares e entre eles mesmos que aparecem nos
primeiros minutos de filme nos apresentam mais sobre os personagens e o que
eles representam para aqueles que os amam. No decorrer do filme, enquanto os
marinheiros lutam pela vida imersos a mercê do tempo e das decisões dos
comandantes russos, seus familiares lutam pelas vidas deles na terra.

Talvez por trazer três perspectivas sobre o ocorrido, a obra pode deixar a
desejar por não ter se aprofundado em nenhuma delas. Apesar disso, quem é fã
de ação e drama, se envolverá com a narrativa baseada na tragédia dos anos
2000. Conhecendo ou não a história real, o filme é uma boa opção de lazer neste
fim de semana.

*Crítica escrita por Rafaela Aguiar