Critica | JoJo Rabbit (2019) – O Melhor Roteiro Adaptado do Oscars 2020, realmente é divertido e coeso, além de espirituoso e complacente

Taika Waititi ganhou o Oscars 2020 de Melhor Roteiro Adaptado por JoJo Rabbit, seu filme sárico, que entrega tudo que ele promete.

Munidamente conhecido por dar uma nova roupagem ao filme Thor: Ragnarok, Waititi trouxe suas peculiaridades e criou um roteiro esplendido para o longa Jojo Rabbit, com um humor subjetivo, e focando na cultura nazista de uma forma incrivelmente divertida ou não.

O filme não é um mar de risadas, mas o interessante é como o elenco consegue ser carismático e como o roteiro custura bem os acontecimentos reais, a uma trama leve.

A maioria das coisas realmente ​​acontecem logo no começo, onde no inicio nós conhecemos um doce e meigo garoto chamado, Jojo, que tem um companheiro imaginário vivido pelo Watiti – sim ele interpreta uma versão divertida do Hitler – o Jojo foi feito a acreditar que os judeus eram a escória da humanidade e quando ele conhece uma judia, seus pensamentos e conceitos nazistas, começam a entrar em conflito e isso o faz pensar sobre muitas coisas.

O Griffin Davis se destaca como este jovem membro da Juventude Hitlerista, e durante o filme nós vemos seu crescimento emocional e mental, enquanto constroem uma amizade  com a Elsa (Thomasin McKenzie), ela é a jovem judia que mencionei acima, e durante o filme ela se mostra uma garota adorável, que ama uma carta de amor, e é firme em suas decisões.

Sam Rockwell está no filme como um sargente durão de coração mole, e ele é ótimo e ao lado da Rebel Wilson eles conseguem servir como bons atores de apoio e embora seja decepcionante que Alfie Allen não tenha praticamente nada de relevante no contexto do filme, seu personagem e o do Rockwell complementam um ao outro. Particularmente é interessante a união dos dois, e isso ajuda na construção do caráter dos personagens.

O jovem Archie Yates é um garotinho que rouba praticamente todas as cenas que ele aparece.

O grande destaque de atriz coadjuvante fica para a vivida e esplendorosa Scarlett Johansson. Ela vive a excelente  mãe do Jojo, e é um destaque muito positivo. A sua performance mostra em camadas uma mãe lutando ao mesmo tempo que mostra uma mulher forte e destemida. O arco dela envolvendo a garota judia que ela salva, mostra que nem todos era frios e cruéis como fomos feitos a imaginar.

A cinematografia vivida e os figurinos coloridos, são destaques positivos para a ambientação mais cômica que o filme quis nos propor.

Jojo Rabbit possui uma história forte com alguns momentos surpreendentemente chocantes e perturbadores. Mas mesmo com isso ele não é um filme perfeito, embora nem sempre se leve a sério, o filme não evita dar algumas indiretas e em outros momentos ele até pode te fazer escorrer uma lagrima.