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Critica | Hellraiser (2022) – Um remake estiloso, com um bom conceito

Pela nota que esse remake de Hellraiser estava no Rotten Tomatoes, eu esperava bem mais dele. Porém a história não foi uma das mais criativas.

Esse terror gótico consegue ser simpático, estiloso, desleixado e divertido.

Eu começo esse vídeo dizendo que, eu nunca fui fã da franquia Hellraiser. O primeiro filme de 1987 é tosco num nível inimaginável. Aquele cara deformado no sótão e monstros sadomasoquistas me fizeram dar boas risadas. Mas ainda eu ainda confesso que esse primeiro filme é basicamente um guilty plesure delicioso e desagradável, com efeitos práticos excelentes.

Chegamos então ao filme de 2022, que me surpreendeu em inúmeros fatores, mas ainda me desagradou em outros. Nesse longa conhecemos a Riley (Odessa A’zion), uma jovem que acabou de sair da reabilitação e está lutando para deixar seus vícios para trás. Ela e seu namorado Trevor (Drew Starkey) roubam um cubo misterioso de um armazém. A Riley abre esse cubo, e um portal pra outra dimensão se abre, e em consequência seu irmão Matt (Brandon Flynn) é levado por monstros interdimensionais sadomasoquistas, e ela parte em uma jornada pra tentar recuperar seu irmão.

A narrativa é simples e se estende muito por duas longas horas, que facilmente poderia ter se tornado 1h30, o filme nunca encontra um proposito pra justificar 2 horas de duração.

O diretor David Bruckner (que foi responsável por A Casa Sombria e o perturbador VHS), fez um filme esteticamente deslumbrante. Nós temos toda a energia sangrenta do filme original, e temos toda a mitologia dos cenobitas sendo preservada nesse remake.

Tanto que esse é um daqueles filmes que você sente a energia do original, mas a diferença é que ele teve uma liberdade criativa gigantesca, e um orçamento robusto pra entregar o um deleite visual para os fãs do filme original, e também para os futuros fãs.

A dor extrema, os corpos esfolados, a tortura psicológica e física, e os diálogos introspectivos também se tornam pontos positivos que agregam muito a narrativa desse filme. Mas mesmo que a violência extrema esteja presente, a história do filme não é uma das mais bem trabalhadas.

O desenrolar da trama é muito previsível.

Entretanto mesmo com a previsibidade do roteiro esse é um filme atípico, que conseguiu abordar a premissa maluca dos cenobitas de uma forma até melhor do que o filme original. A Pinhead, da Jamie Clayton, é assustadoramente charmosa e eficaz. Ela sempre protagoniza cenas misteriosas e bem filmadas, que contam com um visual e uma atmosfera construída perfeitamente em prol da personagem.

Já a Odessa trás uma seriedade e bravura pra Riley, e nós não simpatizamos com ela no primeiro momento, mas a medida que o filme avança vamos entendemos melhor o que se passa na cabeça dela, e quais são as lutas que ela enfrenta.

Mesmo com os deslizes, esse remake conseguiu captar a essência da história original, e ainda conseguiu ser original colocando novos elementos que agregaram na trama. E juntando tudo isso tivemos um filme deliciosamente sangrento, com um último ato frenético, e com muito body horror.

Matheus Amaral

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Matheus Amaral

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