Eu Nunca… essa série original Netflix criada pela Mindy Kaling é uma comédia adolescente que eu estava precisando e atendeu as minhas expectativas.
Se tratando da Mindy, que eu já conheço, desde The Mindy Project, e de The Office. Essa nova série tem uma pegada mais juvenil mas ao mesmo tempo muito Mindy, de fazer comédia.
Logo de cara já conhecemos a Devi (Maitreyi Ramakrishnan), uma garota que perdeu o pai (Sendhil Ramamurthy) enquanto estava tocando arpa em um concerto musical na escola e depois disso, ela perdeu os movimentos da perna e ficou andando de cadeira de rodas.
Paxton (Darren Barmet), o crush que ela tem na escola acaba sendo o motivo pra ela levantar da cadeira de rodas e voltar a andar. Tudo bem, essa premissa é boba. Mas depois disso tudo começa a se desenrolar de uma forma espontânea. Por algum motivo, os episódios são narrados de uma forma hilariante, pelo ex-jogador de tênias John McEnroe.
A Maitreyi Ramakrishnan é uma iniciante em Hollywood, mas ela tira de letra essa personagem.
A Devi é uma menina egoísta, engraçada, atenciosa, as vezes esquecida e um pouco egocêntrica. E isso forma a composição de um adolescente normal, que as vezes faz burradas.
Ela quer um namorado. Ela quer ser a melhor da sala, ela quer tudo, mas tudo isso que ela quer é pra esconder o fato de que ela perdeu o pai em um momento repentino e ela ainda não aceitou a perda.
A mãe da Davi (Poorna Jagannathan) , é uma indiana praticante, ela é muito devota a cultura dela, e bem normativa a tudo, então a Devi tem que ser uma cópia da mulher indiana perfeita pra mãe dela. Porém ao mesmo tempo podemos perceber que ela também é uma mãe amorosa, que só quer o bem da filha dela.
A prima da Devi, a Kamala (Richa Moorjani) vive junto com as duas, e tá prometida para um indiano. Mas ela não quer casar, ela só quer ser livre e assistir a Riverdale e ficar de boas em casa. Mas a cultura impõe isso pra ela. E durante a série ela é um contraponto cultural, para aprendermos mais sobre as imposições indianas, e como até hoje algumas coisas na cultura são tão impostas.
A terapeuta (Niecy Nash) – que é a pessoa mais sensata dessa série – vive dando bons conselhos pra Devi, porém como ela é uma cabeça dura podemos ver que os concelhos entram por um ouvido e saem pelo outro.
A Davi, também tem um rival na escola, o Ben (Jaren Lewison) e enquanto todos os personagens preferem se exaltar por conta dos seus problemas, ele prefere guardar tudo pra si mesmo e temos um episódio inteiramente dedicado a ele, com direito ao Adam Samberg narrando os problemas que o Ben enfrenta. Um resumo geral é que a solidão do Ben e a exaltação da Devi encontram uma ótima sintonia e os dois tem uma química incrível juntos.
Mesmo com o apoio das amigas, a Eleanor (Ramona Young) e a Fabiola (Lee Rodriguez) que são pessoa fantásticas e amorosas pra Davi, podemos percebemos que os problemas a tornam uma amiga péssima. A Eleanor é a presidente do clube de teatro (e tem uns problemas com a mãe dela), enquanto a Fabiola é uma garota focada na robótica e tem todo um arco de aceitação da sua sexualidade, que foi interessante.
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