A Vela da Chama Negra e a Disney, trouxeram as irmãs Sanderson de volta em Abracadabra 2.
Esse retorno poderia ter sido uma bomba atômica, devido aos recentes desastres da Disney. Cof Cof to falando de você Pinóquio, Esqueceram de Mim, Doze é Demais, Os Tênis Encantados. Mas pelo menos um filme ou outro se salva. Como foi o caso de Tico e Teco Defensores da Lei que foi maravilhoso já que soube se adaptar aos dias atuais, sem perder a essência da animação das antigas.
A duas semanas atrás eu re-assisti o primeiro abracadabra, e fiquei surpreso com o tanto de coisas nada infantis que tem no roteiro. Como por exemplo o conceito de Virgindade é escancarado no filme de 93, e pra um filme livre para todos os públicos isso acaba se tornando um assunto meio complicado pra ser explicado pra uma criança, assim como o satanismo tá presente no filme original, drogas também, e diversas outras coisas mais adultas.
Já aqui nesse filme de 2022, eles fizeram algo um pouco mais leve que o primeiro, mas sem perder a magia. As bruxas nesse novo não cultuam abertamente o satã, não ficam toda hora tocando no assunto delas comerem crianças. Os roteiristas ainda brincam com o conceito de virgindade de uma forma despretensiosa, onde a piada funciona de uma maneira hilária.
Logo no início temos um prelúdio das irmãs Sanderson, enquanto crianças. Onde elas ganham o livro de feitiços da Mãe Bruxa (vivida perfeitamente pela Hannah Waddingham de Ted Lasso). Esse começo com as pequenas Sanderson é o pontapé inicial perfeito pra história, já que a performance fofa das três atrizes mirins, trás uma energia ótima pro início da trama, e serve como um gatilho pra algumas questões que vão ser trabalhadas no decorrer do filme.
Na sequência disso vamos pra Salem nos dias atuais, e vemos que a história das Irmãs Sanderson foi capitalizada pelo Gilbert (Sam Richardson), que transformou a casa delas em uma longa de magia. E as melhores amigas Becca (Whitney Peak) e Izzy (Belissa Escobedo) frequentam muito essa loja já que elas amam magia, e em todo Halloween elas fazem um ritual. Nesse halloween que vemos no filme o ritual é feito acidentalmente com a vela da chama negra, e essa vela trás as Sandersons de volta a vida, e só a Becca, a Izzy, e a Cassie (Lilia Buckingham), uma amiga que é meio irrelevante. Só elas podem derrotar as Sandersons antes que seja tarde demais, e elas acabam com Salem e com o mundo.
A configuração desse novo filme é bem parecida com o primeiro, temos um orçamento moderado (e isso trás um CGI até que aceitável), um roteiro bem feito (que eu até ouso dizer que foi mais envolvente que o original), e temos uma coisa perfeita que são as performances. Todos nesse filme são carismáticos, e graças a escrita debochada, e boa química de todo o elenco.
Sendo que o elenco original tá ainda melhor nesse novo filme. Nem parece que faz quase 30 anos que o primeiro abracadabra foi lançado. A Bette Midler, Sarah Jessica Parker e Kathy Najimy, são as protagonistas que nós não conseguimos odiar. Elas cismam em fazer maldades. Elas querem acabar com o prefeito de Salem, que é um descendente do antigo reverendo que elas odiavam. Mas ainda assim a gente se diverte tanto com elas nessa nova jornada, que as maldades são substituídas por momentos de comédia.
A Becca e a Izzy apresentam pras Sandersons o mundo dos cosméticos, e elas se deleitam na farmácia com vários produtos pra pele. Já que elas amam comer crianças pra ficarem belas foi uma das melhores coisas do filme. Depois disso temos aspiradores de pós que servem como vassouras. Temos piadinhas com maças envenenadas, temos competição de fantasia das próprias Sandersons, e claro temos uma performance musical dessas três. Que é uma performance que você se pergunta. Como elas conhecem essa tal música? E como elas conseguiram fazer um mash-up tão rápido com a clássica música do primeiro filme? Mas essa pergunta é rapidamente deixada de lado graças ao dinamismo do filme que nunca te deixa ficar sem um enredo pra acompanhar.
Ah, o nosso zumbi bondoso Billy Butcherson (Doug Jones), tá de volta aqui, e ele tem um enredo super bobinho com o Gilbert, mas como eu disse, o filme sempre consegue preencher o tempo com diálogos bons, e com interações divertidas dos personagens. Até nosso livro de feitiços ganha alguns momentos inesperados. Eu até diria que ele é um personagem desse filme.
Enfim, você fica preso em toda a história, nunca tem um momento tedioso aqui. Até mesmo as novas personagens ganham momentos interessantes, e ganham um arco que envolve amizade, irmandade, e claro magia. No final das contas o Coven da antiga geração e da nova geração convergem em um final dramaticamente emocionante, que trás uma boa mensagem, sobre o quão bom é ter pessoas que você ama com você, e que nenhuma magia do mundo pode substituir as pessoas importantes ao seu redor e nem a sua família. O filme se encerra com uma conclusão muito boa, e ao mesmo tempo deixa uma pontinha solta pra quem sabe uma nova história.
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