A Última Coisa Que Ele Queria é um filme confuso, rodeado de política, que tenta explicar seus acontecimentos, mas tristemente confunde mais do explica.
Baseado no livro da Joan Didion com o mesmo nome – que eu não li, então eu não posso fazer uma comparação a ele – entretanto eu imagino que deva ser um bom livro pra receber uma adaptação com esse elenco de peso.
A Dee Rees, que também dirigiu a mini série, When We Rise pra ABC, e outros filmes bem avaliados, tá cuidando da direção e do roteiro do longa. Então aqui temos um combo de um bom livro, um bom elenco e uma boa diretora. Isso me fez pensar o que de tão errado aconteceu pra que esse filme se tornasse tão confuso.
No longa a Anne Hathaway dá vida a Elena, uma jornalista que começa o filme cobrindo rebeliões em El Salvador em seguida passa a cobrir a campanha de reeleição do Presidente Reagan e em meio disso ela é jogada, nos problemas envolvendo o pai dela vivido pelo Willem Dafoe, e que é um traficante de armas que tem um rolos envolvendo a Nicarágua – se você não souber muito sobre a política na América Central nos anos 80. Você vai ter uma dificuldade imensa de acompanhar alguma acontecimentos do filme. Então já fique avisado.
O Ben Affleck, também tá no filme, ele interpreta um embaixador americano, que só ganha um destaque relevante ao final, já durante o filme ele é um personagem obsoleto, assim como a personagem da tadinha da Rosie Perez, ela tem a personagem mais ignorada desse filme, que tem impacto zero na trama central. Eles foram usados para o material promocional e nada mais que isso.
Porém ter alguns personagens, mal utilizados já é normal de filmes da Netflix, então nem é uma surpresa. Mas colocar um narrador misterioso pra contar detalhes da história. Isso sim foi a surpresa e a coisa mais sem noção que eles podiam fazer.
Em vez de te ajudar com os pontos um pouco superficiais que história vem deixando no meio do caminho, ele começa a te dar alguns detalhes sem muita relevância, daí você pensa o que que esse narrador tá fazendo? Confundindo a gente! Ao que parece no livro, esse narrador também existe, mas ele tá na história pra juntar pistas e ajudar o leitor. Aqui no filme a única coisa que ele não fez, foi ajudar.
Além disso alguns cortes e transições de cena, não tem o ritmo necessário pra fazer o filme ser instigante e as nuances que foram apresentadas ficam sem sincronia. Entretanto o desenvolvimento da Anne Hathaway é um destaque positivos, ela sabe criar um ar emotivo e frívolo pra Elena, nós sabemos que ela é uma boa atriz e se não fosse por ela, eu não teria conseguido chegar ao final do filme.
Além disso o enquadramento das cenas, é lindo, e o figurino também se encaixa bem na época. Mas no geral pra ser bem sincero esse é um filme totalmente esquecível e muito problemático.
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