Depois de fugirem do processo e da opressão do Mar Alto, a Concha é a nova alternativa… só que não por muito tempo.
3% foi uma febre mundial quando estreou em 2016, e depois de duas ótimas temporadas abordando temas atemporais, chegamos a essa terceira que continua a mostrar mais desse mundo distópico. A cada nova temporada os fãs tem receio que a série possa ir decaindo na qualidade e ficando sem sentido, mas aqui em 3% é diferente; logo de inicio tivemos uma temporada, com um orçamento reduzido, mas que soube usar o que tinha para criar esse mundo distrópico e mostrar como o prédio do processo era algo tecnológico; na segundo continuamos a conhecer o mundo em questão e fomos finalmente apresentados ao grandioso Mal Alto, que era lindo e magnifico – só nas histórias -, lá todos eram marionetes controladas, que não tinham nenhum livre arbítrio e tinham que se submeter a coisas terríveis, então no final da temporada, os protagonistas saem do Mal Alto e resolvem ir para um tal Concha; assim começamos a terceira temporada que segue os protagonistas encontrando um novo lar que eles agora poderão chamar de seu e ficarem longes do Continente que é desprovido de tecnologia e poderão ficar longe da corrupção do Mar Alto.
Não posso falar muito dessa temporada, até por que a Netflix deixou implícito diversos pontos para eu me abster e um deles eu achava importante para essa critica… but I can’t… continuando eu já digo que essa temporada foi muito além do que eu esperava em quesito de enredo, foi um vai e volta que realmente deu certo. Ela seguiu mostrando o passado e o presente de uma forma que adicionava elementos a mitologia do mundo distópico e não destoava do enredo central. Desde a segunda temporada estamos conhecendo melhor o enredo do casal – trisal – fundador Laís (Fernanda Vasconcellos) e Elano (Silvio Guindane) e nessa temporada conhecemos um ponto importante; como surgiu a politica de esterilização de todos os moradores do Mar Alto; além de mostrar o que eles tiveram que abdicar para que essa politica fosse aceita; e como esse controle de natalidade tirou deles algo muito importante que em um certo ponto mostra o quão frio eles se tornaram para serem lideres.
Agora que mencionei o enredo do casal – que era um mero apêndice na trama – vamos falar sobre o enredo central, que se inicia com Michele (Bianca Comparato) determinada a tornar a Concha um lugar habitável e Joana (Vaneza Oliveira) no continente vendo as luzes da nova esperança de Michele, sendo acessas. Então somos jogados para uma nova abertura reformulada e em seguida, a série retorna e já estamos um ano adiante e a Concha já está reformada.
Joana então sai do Continente determinada a conhecer a Concha, e quando ela chega lá, logo na frente do novo lar de Michele ela se depara com uma frase “Todos São Bem-Vindos”, e nesse lugar acolhedor Joana é recebida pelo atrapalhado mas divertido – vulgo novo personagem – Xavier (Fernando Rubro), que faz um pequeno Tour com ela – sem saber de suas reais intenções – ainda na Concha Joana re-encontra Rafael (Rodolfo Valente), que agora está diferente depois de ter sido banido do Mal Alto e também re-encontra seu antigo colega do Processo, Marco (Rafael Lozano), que aparentemente está mais humano que na primeira temporada e agora cuida de seu pequeno filho.
Para finalizar Michele e Joana se re-encontrar e a nossa nova fundadora deixa Joana ficar na Concha, mas logo em seguida uma forte tempestade de areia, destrói o toldo que capturava a água e um roubo misterioso deixa a comida escassa, tudo aparenta ter sido uma grande sabotagem, porém esse não é o grande problema, até por que com pouca água e comida a Concha não conseguirá abrigar todos que estavam nela, e Michele terá que tomar difíceis decisões para manter a Concha e conseguir reconstruí-la… deixar só 10% das pessoas, para que possam re-erguer a nova moradia.
Com a mesma pegada do Processo ocorrido na primeira temporada, Michele agora se torna a ditadora que ela sempre odiou, e começará a realizar desafios para que os atuais moradores da Concha, mostrem seus capacidades e assim ela decida quem fica e quem sai, deixando de lado qualquer amizade e se tornando uma pessoa rígida para que isso dê certo e para que no futuro ela consiga re-erguer a Concha.
Essa nova tarefa não será nada fácil pra Michele, tanto que ela recebe uma proposta de “ajuda” de Marcela (Laila Garin), que quer transformar a Concha em uma “escola”, para as pessoas passarem no Processo… e claro Michele não aceita e mais pra frente isso irá causar um grande problema para a nossa nova fundadora.
Para finalizar Michele terá a grande ajuda de Glória (Cynthia Senek), que mais pra frente irá se tornar uma pedra no sapato dela e também temos um desenvolvimento bem tardio do romance de Rafael e Elisa (Thais Lago). Sendo que no final da temporada um grande segredo impacta nessa relação dos dois.
Esse terceiro ano de 3% continua com o showrunner e roteirista Pedro Aguilera, tendo a presença ilustre das diretoras: Daina Giannecchini e Dani Libardi, que deram uma boa perspectiva para esse elenco dominado por mulheres. Esse novo ano foi importante para retratar como a pessoa que mais odiava o Processo precisa se adaptar as novas condições para assim re-construir o que ela acha que é certo. Foi um ano difícil pra Michele, pois ela estava obstinada a ser uma boa pessoa afastada de quaisquer desafios e ela se tornou a pessoa que realiza os mesmos. Na segunda temporada a série conseguiu dar um destaque predominante em Joana e desenvolvemos melhor a personagem, e nessa terceira Joana tem um plano em segredo que desenrolamos no decorrer dos episódios, mas só no final descobrimos que ele poderá ser aplicado no futuro. Já Michele tem essa temporada como dela pois sua jornada de fundadora amigável é quebrada depois de eventos catastróficos e nisso ela percebe o quão despreparada ela está e como ela precisa evoluir para conseguir conquistar seu lugar nesse novo lar.
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