Na tentativa de ilustrar melhor os relacionamentos amorosos e sua construção a partir do contexto social, ‘Convidado Vitalício’, o novo filme da TNT, segue um roteiro bem-humorado com personagens relacionáveis que nos deixam sedentos à espera do previsível, porém belo desfecho. Com isso, quando os amigos de longa data, Alice (Maya Erskine) e Ben (Jack Quaid), decidem se unir para enfrentar e comemorar – com muito álcool, ironia e romance – as festas de casamento de seus conhecidos, acabam adentrando em uma transformação sem precedentes, que revela o quão solitários eles estão.
Nesse sentido, a trama pode ser dividida em duas partes. Na primeira somos apresentados a um Ben incapaz de relacionar-se de forma romântica com outros seres humanos, em prol de sua busca pela “garota certa”. Também vemos uma Alice que apesar de ser uma explosão energética, enfrenta um duro término recente. Outro ponto interessante é que, nessa parte, os dois sentem repulsa pela ideia de ficarem juntos. E é neste momento em que podemos confirmar a frase da escritora Virginia Woolf. Realmente, de tudo que existe, nada é tão estranho como as relações humanas, com suas mudanças. Sendo assim, na segunda parte, os protagonistas que já possuíam uma intimidade enorme, aproximam-se mais criando uma dinâmica interessante de se ver, pois de forma simplista, temos dois opostos. De um lado temos um introvertido, engessado e exigente. Do outro, há uma extrovertida, mais relaxada, que abusa de seu ácido senso de humor.
Além disso, o filme possuí uma característica cíclica. Ele incia-se e encera-se com um discurso vocalizado por Ben. Na primeira parte, ele encontra-se imerso em uma ideia de que existe a pessoa ideal, e portanto, estraga todos os seus relacionamentos usando isso como desculpa. Já no final, ele percebe que se você procura muito por algo perfeito, você termina sem nada e sem ninguém. Talvez, essa seja uma conclusão que todos precisamos ouvir e foi definitivamente, a forma mais digna de encerrar um filme que tem um começo bom o suficiente para despertar interesse e um final ainda melhor que nos fascina ao ponto de queremos assistir novamente.
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