Essa segunda temporada de Boneca Russa foi bem densa, mas os dois últimos episódios foram insanos. Não teve 1 segundo pra respirar, eu realmente fiquei fixado e perplexo, com a forma com que os roteiristas conectaram os acontecimentos da 1ªTemporada com essa segunda temporada.
Mesmo que nada seja muito explicado nesse final, já que até agora não sabemos o por que os trens voltam no voltam no tempo, ou o por que esses dois são os grandes felizardos que tiveram a sorte e o azar dessas viagens temporais.
Mas mesmo sem essas explicações, a série ainda conseguiu dar uma leve resolução pra história dos loops temporais da primeira temporada. No episódio 6, nós vemos que a Nadia e o Alan ficaram presos nessa loucura por conta das decisões estúpidas que a Nádia fez no passado, e a maior estupidez dela foi trazer a Nádia bebe pra 2022 junto com ela, e isso fez ela indiretamente ficar presa no loop temporal da temporada anterior.
Assim, isso não é uma explicação oficial pra ela ficar presa. Mas é uma explicação que faz sentido na minha cabeça. Faz sentido na de vocês? Vale lembrar que ainda no episódio 6 da 2ªTemporada, a Nádia fica presa naquele limbo onde todos os loops dela colidiram, e ela encontrou os vários corpos dela, e do Alan, provando que ela mesma fez ela ficar presa no loop temporal.
Esse final também provou que a própria vida dela é um paradoxo tremendamente complexo. Onde o roubo do bebe em 2022, é indiretamente conectado com as mortes dela em 2019. Sendo que eu imagino que o tempo tentou se concertar matando ela, mas o próprio tempo causou o paradoxo. Esse Paradoxo só fez a gente confirmar que a busca do ouro durante a temporada foi em vão já que tudo ficou como deveria ficar… então ela mesma escreveu o próprio futuro no passado.
Acho que deu pra entender meu ponto de vista. Eu sei que o tempo é Relativo, então talvez a Nádia teja presa em uma espiral de problemas temporais, que ela mesmo causou, e esses problemas afetam ela ao longo do tempo, fazendo assim ela voltar pra aquela festa com aquela musica do capeta, que fica grudada na cabeça.
Já o Alan é um efeito colateral de tudo isso, e eu imagino que quando a Nádia salvou ele do suicídio em 2019, ele ficou preso no loop temporal dela. Talvez a divindade que fez essa bagunça temporal tava sem nada pra fazer e começou a brincar com esses dois humanos. É difícil de explicar todos esses acontecimentos, mas a maior cartada da série nem são essas doideiras temporais, na verdade é a complexidade emocional da Nádia.
Essa temporada mostra ela evoluindo aos poucos, e pra se transformar em uma pessoa melhor, ela confronta as diferentes versões temporais da vó controladora, da mãe esquizofrênica paranóica, e também da madrinha amorosa. Ver a Nádia no corpo da Nora foi até que divertido, maluco e interessante. Mas eu confesso que achei meio cansativa a correria da Nádia pra encontrar as moedas de ouro no passado. Eu até entendo as motivações dela, mas não foi tão empolgante.
Porém ela aprendeu lições valiosas nessa aventura. Como aproveitar melhor a vida que ela já tem, dar valor as pessoas leais, ter amor próprio e ter confiança.
Ela também aprendeu que ela deveria dar mais valor pra Ruth, que é a madrinha dela. Essa volta no tempo faz ela ver o quão boa a Ruth era pra Nora, e o quão leal ela continuou sendo pra Nádia. A Annie Murphy, foi perfeita interprendo a versão mais jovem da Ruth, mas ela tristemente ela foi subutilizada aqui. Enquanto a versão mais velha interpretada pela Elizabeth Ashley, é mais bem utilizada, e temos cenas super agradáveis e divertidas. Eu adorei ver as várias Ruths no hospital e na cena da escada.
Não só a Ruth é parte da família da Nádia, como também vemos as amigas de longa data dela, com destaque pra Maxine que trata a Nádia como família, e sempre correr pra ajudar a Nádia quando ela precisa.
Claro pra finalizar a Nádia encontrou a dois anos atrás seu parceiro de Loop Temporal o Alan, e ele também é uma parte dessa nova família dela, que mesmo que não seja de sangue, ainda se importam muito com ela.
A série ressignifica muito o conceito de família, e é interessante ver o quanto a nádia despreza as pessoas que gostam dela, pra tentar fazer outras pessoas do passado dela, serem mais responsáveis, e mais amorosos. Também pra recuperar um dinheiro a qualquer custo.
Em contraparte a todo esse enredo da Nadia, temos o Alan (Charlie Barnett), sendo usado em uma aventura separada, sobre ele salvar o Lanny, e essa trama foi focada muito nos medos, e inseguranças do Alan, mas sinceramente não foi nada empolgante, serviu só pra encaixar ele na trama. Eu não conseguia me conectar com o enredo dele. Eu achava tudo muito bobo, e anti-climático. Sendo que a série nem parecia muito interessada em dar uma real motivação pra história dele.
Mas enfim depois de todo esse momento introspectivo dos dois, vemos eles caindo no vazio, e o Alan teve uma resolução dos seus problemas, com uma conversa com a avó dele. Essa conversa era o que ele precisava pra parar de ter medo de amar. Enquanto a Nádia conversa com sua mãe doida, e ela tem um momento pra olhar pra todas as mulheres importantes da sua vida, e perceber que a Nora fez parte de quem ela é, e ela não pode mudar isso. Mesmo a mãe dela sendo terrível, ela precisa aceitar o peso do passado.
Depois disso ela acaba voltando pra sua realidade em 2022, e vai pro velório da Ruth. Ela até nota que perdeu a oportunidade de passar os últimos dias com sua madrinha, pra tentar alterar o passado, mas ela sente que pelo menos foi amada pela Ruth, e que ela ainda tem outras pessoas valiosas em 2022.
A temporada então termina, onde tudo começou. Com a Nádia encarando ela mesma no espelho do banheiro, e diferente da primeira temporada que ela tava com a cara fechada, agora ela tá sorrindo, sabendo que ela pode escrever seu próprio futuro a partir desse presente que ela já vive.
Esse final soou muito como um final pra série, mas queria muito saber como o trem mágico funciona.
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