A série As 7 Vidas de Lea chegou na Netflix, e ela me surpreende muito.
Esta nova série da Netflix é baseada no livro “As 7 Vidas de Léo Belami” de Nataël Trapp. Ele foi lançado em 2019 no exterior, mas não foi lançado no Brasil. Uma pena, por que fiquei com vontade de ler.
Mas pelo que eu lí a série fez algumas mudanças como mudar Léo pra Léa. Mudaram a morte, que no livro foi de uma menina assassinada em 1988 enquanto na série foi um menino em 1991. Entretanto mesmo com essa mudança o conceito central da série continua o mesmo.
Na trama nos conhecemos a Léa, uma adolescente que tá insatisfeita com sua vida monótona, e enquanto ela se lamenta consigo mesma sobre essa tal vida, ela esbarra no cadáver do Ismaël e isso reabre um caso arquivado de 30 anos atrás, desse antigo amigo dos pais dela que tinha desaparecido misteriosamente. Pra piorar as coisas pra Léa, durante os 7 episódios, ela acaba acordando em 1991, no corpo de uma pessoa diferente, a cada episódio. Basicamente ela se tornou uma viajante do tempo já que tudo que ela faz no passado impacta no futuro.
Primeiro queria elogiar todos dessa série, desde roteiristas, até os diretores, e claro os atores. É incrível como a série abordou tudo da melhor forma possível.
A série conseguiu colocar uma personagem cadeirante, e não ficar usando a deficiência dela pra se auto promover, na verdade a Romane é uma personagem maravilhosa, que me fazia rir várias vezes, e ainda ajudou a Léa na jornada dela. Eu adorava ver essas duas juntas, e sinceramente adorei que a série colocou essa personagem como qualquer outro.
Primeiro que víamos a Léa em corpos masculinos, e ela até bateu umazinha pra ver como era a sensação. Segundo que a série abordou muito bem a repressão sexual que o pai dela sentia.
Aos poucos a Léa foi vendo que o relacionamento dos pais dela não era saudável e nem feliz, e só nos últimos episódios que ela descobriu que o pai dela era Gay, mas ele nunca revelou isso e preferiu viver uma vida falsa, reprimindo quem ele realmente era.
Foi bem triste ver toda a construção desse episódio, e mais triste ainda ver o último episódio, que era pro Ismaël morrer, e todos estavam drogados, tinha uma arma no meio de vários drogados, e eu já tava ficando com medo. Mas nesse ponto da série a gente também tinha em mente, que se o Ismaël ficasse vivo, tudo mudaria na vida de todos, e a Léa não nasceria.
Alías eu pensei nisso desde a metade da série, naquele ep que ela muda o passado, e faz a namorada da amiga sumir no presente. Nesse mesmo episódio, eu cogitei, que se ela salvasse o Ismael, ela pode nunca nascer. Realmente foi esse o dilema do último episódio.
Nos últimos momentos desse último episódio nós vimos a Léa escapando de várias quase mortes. e teve um momento antes do Ismael cair no precipício que o Stephane quase atirou nele, e depois de cair no rio, o Jonathan também quase matou o Ismaël, mas ele conseguiu convencer ele que, você sempre pode escolher suas ações e traçar seu futuro, e no final das contas ele deixa o Ismael ir embora.
Nesse momento descobrimos que na linha temporal da Léa, um dos tiros dados no Ismael foi pelo Stephan, e o outro foi o Jonathan. Essa pelo menos foi a conclusão que eu tirei. Porém a Léa conseguiu evitar os dois. Entretanto o Ismaël ainda é dado como desaparecido pelos amigos depois de cair no lago, e nesse ponto o Stephane presumiu que o tiro tinha acertado nele e ele tinha morrido.Então ele e todos os outro amigos acabaram vivendo com a culpa pelo resto da vida
Mas então a Léa vendo todos sofrerem não pensou duas vezes e ajudou eles a tiraram o peso da consciência, e ela meio que deixou pra lá o próprio futuro dela pra ajudar essas pessoas. Com isso ela apareceu no show, cantou e mostrar pra todos que o Ismaël tava vivo.
Sendo assim ela mudou o futuro, e logo mais tarde o futuro mudou ainda mais, quando o Stephane falou pra Karine que era gay, e os dois decidiram terminar o relacionamento, e sem esse relacionamento a Léa nunca iria nascrer, e já que ela viu que não existiria um dia de amanhã pra sí mesma, ela decidiu escrever suas memórias no caderno do Ismaël. A temporada acaba com o Ismaël lendo tudo aquilo sobre uma tal de Léa, e perguntando pro irmão dele sobre o dia que ele acordou estranho, e ele fala que ele chama Léa nesse dia.
Enfim a série acaba ai, e temos um bom precedente pra uma segunda temporada, focada no Ismaël tentando fazer o futuro da Lea existir de alguma forma. Como ele vai fazer isso eu não sei, mas se a segunda temporada for tão boa quanto a primeira, eu vou ficar muito feliz.
Já quero a segunda temporada pra ontem, quero saber mais sobre a relação da mae da Léa com o Pye, quero saber mais sobre o filho da Sandra. Com o Pye. quero saber mais sobre o destino da Léa.
Eu poderia destacar mais temas abordados nessa série, como masculinidade tóxica, gordofobia, racismo, tenta coisa foi bem trabalhada aqui. Mas sinto que a série passa a mensagem tão bem pro expectador que ela é auto explicativa, impactante, emocional e bem diferenciada das produção que estamos habituados.
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