Todos devem saber que 1899 é uma série alemã criada pelos mesmos criadores de Dark, e por saber isso todos já devem estar sedentos por informações sobre aquele final.
A história segue um grupo de passageiros do Kerberos, que tem como destino à América. Esse navio encontra o Prometheus, um navio abandonado no meio do oceano, e eles vão até lá investigar esse tal navio, e coisas estranhas começam a acontecer depois disso.
Essa é uma série que trás muitos personagens pan-europeus, e usa e abusa de várias línguas diferentes pra incrementar a narrativa. Temos um jovem casal francês (Jonas Bloquet e Mathilde Ollivier), uma gueixa cantonesa (Isabella Wei), um padre português e seu acompanhante espanhol (José Pimentão e Miguel Bernardeau), uma família dinamarquesa da terceira classe (Alexandre Willaume, Maria Erwolter, Lucas Lynggaard Tønnesen, Clara Rosager).
Claro temos a nossa protagonista a Maura Franklin (Emily Beechum), uma inglesa lidando que está em busca do seu irmão desaparecido, e temos um antagonista que é o alemão do capitão navio, Eyk Larsen (Andreas Pietschmann).
Todos os personagens, todos tinham suas peculiaridades, e traziam dilemas, tivemos a repressão sexual que acontecia naquela época, tivemos um debate cultural sobre europeus, tivemos exploração sexual, e claro todas essas tramas e outras culminaram em um desfecho black mirror. Até metade da série eu tava achando que tudo terminaria em algo parecido com Triangulo do Medo, que é um filme que eu adoro.
Mas enfim, eu sei que alguns podem descordar do que eu vou falar, mas não achei o final tão confuso e mirabolante quanto eu imaginava que seria. Isso não tira o mérito da série. Já que ela foi um suspense psicológico bem sinuoso, e que me deixou entretido do início ao fim. Porém eu já tinha sacado que tudo era uma simulação, e que todos ali estavam no metaverso, ou quase isso. Eu digo metaverso, por que esse assunto tá em alta. Não se Preocupe Querida usou essa temática, outros filmes e séries como, Upload, Free Guy, Periféricos, Tudo em Todo Lugar ao mesmo Tempo. Claro Matrix, todos abordaram coisas similares. Então quanto mais a trama avançava, mais meu pensamento deixava claro pra mim mesmo que tudo era uma simulação.
Eu saquei isso principalmente quando me toquei de duas coisas, a primeira é que o nome do navio Kerberos é uma coisa familiar pra mim. Pra quem não sabe eu sou graduado em sistema da informação. Então eu já conheço a palavra Kerberos, que na verdade é um Protocolo de rede, que permite comunicações individuais, seguras e identificadas, em uma rede insegura. O Kerberos utiliza um protocolo de segurança que é uma chave secreta que só a máquina com a comunicação certa pode acessar. Isso se remete muito a Maura na série que era a única que podia acessar a saída daquela simulação com a chave no seu pescoço. Por se tratar de um protocolo de rede eu já tinha sacado que era algo mais tecnológico do que aparentava ser.
A propósito, a palavra Kerberos foi derivada de Cérbero que mitologia grega, era um monstruoso cão de três cabeças que guardava a entrada do mundo inferior, o reino subterrâneo dos mortos, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem. A mesma coisa que vemos aqui na série, todas aquelas pessoas que estavam no Kerberos estavam consecutivamente presas em um loop infinito de repetições, e nunca sairiam daquele local.
A segunda coisa que eu pensei próximo ao final, foi o nome Prometheus. Que eu fui besta em não ligar o filme Prometheus da franquia Alien, um dos meus filmes favoritos da vída, com a trama da série. Além de também ignorar o projeto prometheus da NASA, que mesmo que não tenha muito haver com o que vimos no final da série, ainda assim tem uma ligação indireta com a nave espacial do final.
Por falar do final, no último episódio tivemos algumas boas revelações, como por exemplo a Maura ser a criadora de toda aquela simulação, e ela ter feito a simulação pra viver com o Elliot que estava doente e pelo visto morreria se não estivesse na simulação, e isso acaba se tornando uma alegoria para a caverna de Platão. Onde a caverna simboliza o mundo onde todos os seres humanos vivem. As sombras projetadas em seu interior representam a falsidade dos sentidos, enquanto as correntes significam os preconceitos e a opinião que aprisionam os seres humanos à ignorância e ao senso comum. Isso é basicamente todas as abordagem da série em uma única frase.
Aquela simulação era uma casa de bonecas pra Maura, viver com o Elliot. Porém ao que parece ela levou todos os outros com ela nessa jornada, mas o que não sabemos ao certo é quem são todos os outros. Nós só sabemos o que a simulação queria nos mostrar. Mas será que todos realmente são quem aparentam ser? E será que todos eram reais? Ou será que aqueles que se jogaram do navio eram só parte da simulação, e aquele som que tocou era tipo um código na simulação mandando os NPCs saírem de cena, pra só os humanos de verdade ficarem juntos?
Ainda temos muitas perguntas pra uma segunda temporada, já que não recebemos uma grande explicação sobre os coadjuvantes da série. O conceito geral de tudo a gente entendeu muito bem. No caso tudo aquilo se passava dentro de um grande computador. Aquele troço preto que vimos no final, era um vírus, que provavelmente o irmão da Maura mandou pra tentar parar ela, e os outros de tentarem sair da simulação. Aquelas passagem secretas eram portas de entrada e outras simulações, que no caso eram simulações do passado dos personagens. Eles eram jogados naquele lugar, pra receberem uma história de fundo pré-criada.
Enquanto o vírus toma conta de tudo no navio, e a Maura acaba sendo capturada pelo seu pai. O Daniel estava mudando o código e fazendo aquela injeção ser uma porta de saída pra Maura. Em vez dela voltar ao começo da simulação ela foi mandada pra aquele esconderijo do Elliott, e lá, o Daniel fala pra ela que ela tinha que sair da simulação, e parar o irmão dela, que era o grande responsável por prender eles nesse loop doido.
A Maura acorda repentinamente em uma máquina estranha. Vários outros tripulantes do navio estão envolta dela, todos presos em êxtase nas máquinas. Vemos que todos estão na nave espacial Prometheus, e mensagem “Que seu café faça efeito antes da realidade”, que também aparecia na simulação, estava na tela e a Maura lê, e logo em seguida ela vê que seu irmãozinho sabe que ela acordou.
Nós sabemos que esses dois não eram os mais amigos. Já que a Maura diz que o Henry sempre gostou mas dela que do Ciaran, e isso fez com que os dois se desentendessem muito. Então na segunda temporada teremos um suspense espacial, e eu não vejo a hora disso acontecer. Meu segundo tema favorito de filmes de ficção cientifica é viagem espacial. Essa viagem no caso parece alguma de sobrevivência, já que vemos que tem 1.423 passageiros a bordo, e 550 tripulantes, e eles estão em 29 de outubro de 2099, não 1899.
A propositado, lembram do besouro que abria as passagens. Então ele é um inseto, que em inglês chama bug, e na linguagem de computação bug é um defeito no sistema, e esse é o propósito dele na série, dar um bug no sistema geral pra conectar ambientes que não tinham conexão.
Nessa série tivemos algumas coisas surpreendentes como por exemplo o Daniel, ser marido da Maura, e que o Elliot ser filho dela. Ah, e eu também não esperava que o pai da Maura estaria preso com ela e com os outros na simulação, eu realmente achava que ele era o vilão. Então no final das contas quando revelaram que o irmão da Maura que era o vilão que tava controlando tudo eu fiquei surpreso. Pensar que ele prendeu a irmã e o pai na simulação aparentemente por ciúmes do pai gostar mais da irmã.
Muitas perguntas ficaram em aberto para uma 2ªTemporada, porém até o momento a Netflix não renovou a série. Entretanto essa é uma daquelas séries que o público adora, e provavelmente teremos uma nova temporada para contar mais dessa história maluca.
Mas me conta ai o que achou da série, o que espera pra uma 2ªTemporada, e o que achou das reviravoltas.
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